sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Gentileza, favores e obrigações

Não custa nada ser educado. Nadinha.


Depois de publicar o post sobre conselhos e dinheiro (e da falta dele), me perguntei sobre o valor das coisas. Fiz uma lista mental, onde tentei organizar o que é prioridade para mim. Cheguei num veredicto surpreendente: gentileza, para mim, é essencial.



Já fui uma pessoa bem grosseira e tratava algumas pessoas com estupidez por esporte. Era escandalosa ao falar, rir e discutir. Queria mais espaço do que todos em qualquer lugar. Falava demais e escutava pouquíssimo o que as outras pessoas falavam. Minha memória era seletiva em 90% do meu tempo diário. Minhas qualidades foram esmagadas por esta personagem que insisti em alimentar por muito, muito tempo. Obnoxious was my middle name.

Sustentar esta personagem gastava todas as minhas energias. Tinha fome o dia inteiro, descontava tudo na comida. Eu era "magra de ruim", literalmente. Comia o dia inteiro e só emagrecia. Um dia, quis experimentar algo novo: fui gentil com alguém desconhecido. Esse alguém, genuinamente gentil, me retribuiu com sua amizade. Senti o poder da gentileza e nunca mais alimentei aquela parte rude de mim.

Sei exatamente o que as pessoas pensam quando são grosseiras. Não sei o porquê cada uma escolhe ser rude, são motivos diferentes para cada um. Sei que elas podem escolher, sempre. Elas escolhem serem rudes, porque para elas é divertido ver o outro ficar magoado, triste. É um esporte, um passatempo. Eu já fui assim. Hoje sei que é muito mais fácil ser gentil e não aceito desaforo de ninguém.

Ser gentil não é favor, é obrigação. Eu não lhe conheço, você não sabe nada sobre mim. Não há uma justificativa sequer para sua grosseria. A alternativa para isto só pode ser a gentileza. É simples, indolor, grátis. Por favor, com licença, obrigado, estimo melhoras, sinto muito, bom dia! Aprenda essas expressões e mude o mundo a sua volta.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Conselhos, dinheiro e mimimi

Se conselho fosse bom, não era de graça.

Todo mundo sabe disso, mas não vejo ninguém cobrando dinheiro por eles. A não ser que isso seja sua atividade profissional -- o que também não faz com que seus conselhos sejam bons só por terem um preço. Comecei falando isso, porque o que escreverei em seguida é um conselho e é de graça. Não é uma regra, não está escrito em nenhuma lei, mas é algo que muitas pessoas fazem e dá certo para algumas. Quem sabe não dá certo para você também?

Outro dia estava conversando com um cliente e ele me perguntou se eu gosto do meu trabalho. Atualmente, eu AMO o meu trabalho. É minha inspiração e meu ganha-pão. É meu vício e meu passatempo. Mas, já trabalhei em outros lugares, fazendo coisas completamente distintas. Eu já odiei acordar cedo para ir trabalhar. Já fiquei doente por causa do trabalho. Sacrifiquei horas de convívio com amigos e família. Então, meu conselho: se você gosta do seu trabalho, nada é sacrifício. Todas as suas ações renderão frutos. Seu tempo será melhor organizado, pois você estará mais satisfeito com tudo à sua volta e mais propenso a fazer planos. Planos são muito importantes. Sonhar e planejar é vital! Sem eles, não se vai a lugar algum. Pense na sua vida daqui a três, quatro anos. Você quer estar no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas? Bem, eu não quero. Quero mais de mim, mais da vida. Mais tempo para tudo -- é possível, sim! Infelizmente, algumas coisas só aprendemos "apanhando" da vida, mas outras são tão simples quanto abrir os olhos. Tendemos a complicar tanto nossas vidas que esquecemos de viver. 

Este parágrafo acima ficou parecendo livro de auto-ajuda, me perdoe, não era minha intenção. Quis escrever resumidamente aqui o que tenho falado -- e repetido -- para muitas pessoas desde quando decidi mudar de profissão. Elas acham que as minhas contas do mês são pagas por mágica ou por terceiros, não acham possível eu me sustentar fazendo o que escolhi. Quando eu digo que pago todas as minhas contas com meu trabalho, é nítido no rosto destas pessoas o que elas pensam. "Pff, tá bom, deve ter ajuda da mãe." Sim, minha mãe já me ajudou inúmeras vezes. Mas, não, ela não me sustenta há tempos. É muito bom poder contar com a ajuda de alguém -- inclusive financeiramente falando. Há duas coisas que são essenciais nesse relacionamento de ajuda:
1) Ajuda financeira de/a terceiros (sim, sua mãe também faz parte deste grupo) não pode se tornar um hábito. Ajude e seja ajudado e, na medida do possível, retribua. Em espécie.
2) Entenda o que você está fazendo de errado para ter uma dívida. Pergunte/descubra o que a pessoa que lhe ajudou faz para não ter dívida e tente adaptar à sua rotina.

Se você tem uma dívida, resolva. Se não consegue resolver sozinho, peça ajuda, escute conselhos -- sim, aqueles gratuitos, que não valem nada para muita gente, podem valer para você -- e AJA. Reclamar e não levantar do sofá para mudar este cenário não adianta nada. Tentou e não conseguiu? Paciência. Continue tentando, continue a nadar, continue a nadar...(Nemo feelings)

(Ai, ai, ai, escrevi de novo um post que ninguém vai ler. This is so 2003!)


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Choro, o canto e as cores

Odeio chorar por tudo.

Fico irritada comigo mesma quando choro no meio de uma discussão, ou então de saudade de alguém. Tenho grande tolerância para o choro alheio, mas não gosto quando é comigo.
Odeio chorar só porque estou no período "monstrual" e os hormônios estão em ebulição.
Odeio chorar vendo vídeo de declaração de amor, lendo um livro, lembrando-me de um momento triste que tive na vida ou alguém que se foi e me faz muita falta.

Acho que os olhos cheios de lágrimas me impedem de ver toda a beleza e a tristeza desses momentos emocionantes. Um exemplo: eu chorei quando minha mãe me deu um micro-ondas de presente. Um micro-ondas, gente! Eu achei tão FODA que me desmanchei em lágrimas. (Desculpem o palavrão). Eu não conseguia dizer "obrigada" no telefone para ela. Foi ridículo! E até hoje se eu lembrar eu choro. (E lá vamos nós... tears, tears...)

Acho que o sentimento não deveria vir acompanhado de lágrimas, nunca. Não gosto de mostrar meus sentimentos a todo o momento, apesar de amar ter sentimentos. Estar vivo e se emocionar é maravilhoso, não trocaria por nada.

Daí eu vim fazer esse texto, porque toda vez que choro, penso tudo isso. Mesmas frases, mesma opinião, mesma raiva contida de ter que me esconder pra chorar por não gostar de mostrar minhas lágrimas a ninguém. Não sei de onde vem essa raiva e essa "vergonha" de ter lágrimas, afinal quase todo mundo chora. É uma cisma minha, eu carrego comigo aonde vou. Tenho raiva de chorar até sozinha.

A minha solução é cantar sozinha. Quando eu sinto que tem muita emoção guardada e que basta um sorriso da minha filha para me emocionar, eu canto um pouquinho. Às vezes, funciona. Tenho a mania de fazer palhaçadas o tempo todo e então imito a Christina Aguilera cantando o Hino Nacional e pronto, vem uma gargalhada minha, do marido, da filha, de quem está perto e aquela vontade de chorar passa. Quando não passa, eu escrevo. Tenho mais de 100 posts não publicados, escritos em momentos de choro convulsivo e incontrolado. E me ajuda bastante. Por isso, sempre faço a relação entre choro e canto. Sempre penso “se ele(a) estivesse cantando, não estaria chorando”. Pra mim faz muito sentido, como o branco (reflexão de todas as cores) é o oposto do preto (absorção de todas as cores). O choro é a absorção e explosão das cores do meu sentimento, enquanto que o canto é um escudo. Bateu, voltou.


Pronto, passou, gente! Voltemos ao trabalho. :)


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Enquanto o próximo post não vem...

Tem um tempinho? Não? 


Então, organize-se, arranje um tempinho e leia isso:

Perspectivas sobre carreira e dinheiro


Excelente texto do amigo Rodrigo Santiago. Eu já consegui trabalhar com o que amo, e você?


sábado, 1 de fevereiro de 2014

De volta -- de novo!


Preciso escrever!


Não há sentido na minha vida se eu não estiver escrevendo algo. Como tradutora, essa necessidade acaba sendo preenchida na maior parte do tempo, mas as minhas ideias, criadas e moldadas por mim, se sentem sufocadas e fazem uma revolução na minha mente.

A minha mente é um lugar que você não queira saber. É um lugar que cabem bobagens e utilidades no mesmo compasso e caixa. É uma música calma que te faz dormir e do nada vem uma onda tsunami varrendo tudo e tem um cara cabeludo sem camisa com uma Gibson nas mãos em cima dessa onda fazendo um solo de Steve Vai com LED's presos nos dedos. É um livro da Jane Austen com o monstro do "The Mist" do Stephen King chorando emocionado. E é tudo muito rápido, as referências são complementares ou opostas e possuem vida, não as domino, sou somente uma condutora de suas expressões, o que me faz duvidar se realmente criei algo na vida. Esse pensamento é o que define o nome do meu blog. "Quase" um blog, por não saber "blogar". Eu sei escrever e só. Seria mais fácil se eu desenhasse para vocês. Mas, seria outro ciclo louco como resultado da minha mente. Se eu tivesse o talento de desenhar, cada desenho teria um texto explicativo precisando de um desenho para explicar. Entenderam? Com o tempo vocês se acostumam.

Então, tentarei domar e minimizar as referências de cada post para duas, sendo opostas ou complementares. As ideias poderão vir com várias formas e por isso peço paciência. Sou uma criatura muito irritada e irritante, haverá momentos que me acharão chata e outros vocês se identificarão. Eu sou normal e esquisita. Não tenho saco para terapias e então usarei vocês para me ouvirem. Espero que me usem também.

Até breve!